Os patrocinadores estão no futebol há muito tempo. Desde 1948, quando o Bangu resolveu trocar seu escudo pelo logo da fábrica Bangu numa excursão pela Europa, ou então, desde 1973, quando o Eintracht Braunschweig estampou a marca da Jägermeister, no que é considerada a “origem oficial” dos patrocinadores no futebol, vemos diversas empresas, entidades, entre outros investindo no futebol, o esporte mais popular do mundo.
E o que vimos neste período foi que o negócio realmente deu certo. Hoje, são quase 0% as equipes no mundo todo que não possuem uma marca estampada em sua camisa, isso quando não possuem tantos que a camisa vira um verdadeiro “abadá”.
E o mais interessante é que em cada país existem setores que comandam o mercado, como por exemplo na Inglaterra, onde as casas de apostas aparecem em 60% das equipes da Premier League e Football League Championship.
Mas e no Brasil? Qual o setor com mais representantes que investem em aparecer nas camisas dos clubes em sua região nobre, o chamado patrocinador máster?
Historicamente, é curioso se observar como desde 1987, quando a Coca-Cola dominou o futebol brasileiro patrocinando a Copa União, os setores que mais se destacavam foram se alterando, seja pelo momento do país, as tendências, a economia, tudo. A Folha de São Paulo, inclusive, fez um artigo bem bacana, relacionando as mudanças no mercado de patrocinadores com os períodos em que ocorreram nos últimos 30 anos, explicando a evolução econômica do país. Quem quiser conferir na íntegra, pode clicar aqui.
Vamos falar de atualidades. Fizemos o levantamento entre os patrocinadores máster das 20 equipes que disputam o Brasileirão 2019 e chegamos a um ranking final de setores do mercado, que você confere abaixo:
Campeã: Bancos
Os bancos, historicamente, sempre gostaram de aparecer nas camisas dos times brasileiros. Todos os 18 clubes que mais estiveram na Série A do Brasileiro desde 1987 foram patrocinados, em algum momento, por instituições financeiras. Em 2011, por exemplo, o BMG dominou o mercado, aparecendo nas camisas de 11 equipes diferentes, incluindo o campeão da Libertadores – Santos. Era um momento em que a economia do Brasil crescia, com expansão do consumo. O banco surfava na maré boa com sucesso na sua operação de crédito consignado.
Em 2012, a Caixa Econômica Federal assumiu o posto, ultrapassando a BMG, e foi líder de mercado até o ano passado. A estatal chegou a patrocinar 25 equipes as Séries A e B ao mesmo tempo, mas hoje saiu do futebol.
Atualmente, o momento é dos bancos privados e digitais, que estão cada vez mais presentes no cotidiano, com investimentos cada vez mais agressivos. No Brasileirão, são nove equipes a estampar a marca de um banco em suas camisas, sendo cinco bancos diferentes.
O BMG é o líder, com três. Após um tempo sumido, resolveu investir novamente no futebol e neste ano fechou com Corinthians, Vasco da Gama e Atlético-MG.
O Banrisul, estatal do Rio Grande do Sul, patrocina há anos a dupla Gre-Nal. O curioso por lá é que as duas equipes costumam compartilhar os patrocinadores, pois as empresas temem perder clientela caso escolham apenas um.
Com duas equipes também, temos o banco Digi+, presente nas camisas do Athletico-PR e do Cruzeiro a partir de 2019. BS2, no Flamengo, e Inter, no São Paulo, completam os bancos digitais, sendo este último há mais tempo no tricolor paulista.
Financeiras
As financeiras aparecem com uma representante, porém, QUE REPRESENTANTE. A Crefisa, desde 2015 no Palmeiras, é atualmente a maior patrocinadora do futebol brasileiro, sendo responsável em grande parte pelo atual sucesso e pela montagem do elenco estrelado do verdão.
Alimentos
Um setor que á teve muitos dias de glória, mas hoje não costuma mais investir nas principais equipes do país. Nos anos 90, o setor ficaria marcado pelos investimentos no esporte, principalmente com a Parmalat, que firmou parceria com o Palmeiras, posteriormente, com o Juventude, abrindo uma porta gigantesca para outras empresas, como a Batavo, Mabel, Cirio e Bauducco aparecerem em camisas importantes do futebol.
Hoje, apenas a Aurora, empresa de Chapecó, aparece na elite do futebol brasileiro, justamente na camisa da Chapecoense, e há mais de 10 anos.
Home Center
Outro setor que já deu suas caras no mercado futebolístico é o de home center. Se antes algumas empresas já injetaram bastante dinheiro nas camisas brasileiras. Atualmente, somente a Carajás representa o setor, na camisa do CSA.
Sem patrocinador máster fixo
Vivemos um período pós recessão da economia brasileiras, o que fez com que as empresas diminuíssem seus investimentos. Isso também justifica a grande presença das estatais anos atrás. Enquanto o mercado se recupera, muitos times continuam com dificuldades para encontrar parceiras, muitos deles “órfãos” da Caixa. São oito equipes na elite brasileira sem um patrocinador máster fixo: Bahia, Avaí, Goiás, Ceará, Fortaleza, Fluminense, Santos e Botafogo. Um jogo ou outro, essas equipes atuam com um patrocínio estampado na camisa, mas até o momento, de forma pontual.
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O que achou dos bancos serem os maiores patrocinadores máster no futebol brasileiro atualmente?