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Marca própria vira tendência em clubes brasileiros

by Juliano Buzato
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O que antes parecia ser uma aposta, hoje já é realidade e vários clubes médios e pequenos do Brasil estão deixando de lado fornecedoras sejam elas grandes ou pequenas, para apostar em uma marca própria de materiais esportivos.

Tudo começou em 2016, com o Paysandu, que após recusar uma proposta de renovação da Puma e outra investida da Adidas – o que pareceu loucura para muitos torcedores, – anunciou que inovaria e criaria a sua própria marca, a Lobo.

Em seguida, outros clubes importantes regionalmente resolveram seguir o mesmo caminho. O Juventude rescindiu com a Kappa e criou a 19Treze, o Fortaleza também quebrou o vínculo com a marca italiana e lançou a sua Leão1918 e o Joinville não quis continuar com a Umbro e lançou a OCTO.

Já em 2017, outro tradicional clube brasileiro adotou a mesma estratégia, o Santa Cruz. Após idas e vindas com a Penalty e um acordo mal sucedido com a Dryworld, o clube pernambucano resolveu apostar na Cobra Coral.

O Treze da Paraíba, o Inter de Lages e o Castanhal EC também são outras duas equipes que já contam há algum tempo com suas próprias fornecedoras.

Para 2018, já são vários clubes que também resolveram deixar de lado fornecedoras já estabelecidas no mercado, para vestir uma marca própria, quase sempre com um nome que remete ao apelido ou à data de fundação da equipe.

O SER Caxias lançou a Bravo35, o CSA, a Azulão, o Central de Caruaru vestirá a Patativa, o Salgueiro, a Carcará, o River AC com a Carijó e ainda é esperado que em breve outros clubes sigam a mesma estratégia.

Marca própria: é vantajoso?

É difícil cravar que ter uma marca própria é algo vantajoso, afinal cada equipe tem seus próprios fornecedores e sua equipe de marketing para cuidar de sua marca e do relacionamento com a torcida, mas é inevitável apontar alguns fatores positivos de ter esse ativo sob seu próprio controle.

O primeiro deles é estar por dentro da tradição do clube, fatores estes que muitas fornecedoras pisam na bola e deixam a torcida possessa, criando uniformes que não tem nada a ver com a história da instituição.

Um fator preponderante, na nossa visão, é estar muito mais próximo de seus torcedores e dessa forma entender exatamente quem é o seu público, o que eles pretendem e o que eles realmente querem ver nas prateleiras das lojas oficiais. Além de poder trabalhar diariamente o relacionamento com seus fãs e assim poder criar ações de marketing que envolvam a torcida no processo e criem o desejo deles em ter as peças lançadas pela marca, é o que frisa Ricardo Brisotto, diretor da Tonificante Marketing, que cuida das campanhas da 19Treze do Juventude:

“Uma das promessas da 19Treze, foi a de poder ouvir mais os torcedores, então hoje a gente consegue atender demandas que antigamente o clube não conseguia atender, como oferecer camisas de manga longa, baby look, infantil, etc”, explica Ricardo.

A distribuição do material esportivo também é crucial, já que com a marca sob sua gestão, o clube tem total controle sobre pedidos e vendas, sabendo assim quando deve fabricar mais peças para abastecer suas lojas, sem deixar de vender quando a sua torcida quiser adquirir os lançamentos.

Outro ponto a ser citado é o faturamento, já que sem um terceiro na jogada, os clubes podem aumentar bastante a sua margem de lucro sobre o produto e ainda assim oferecer preços mais honestos para seus torcedores, é o que explica Paulo Lima, designer da Cobra Coral, marca do Santa Cruz:

“O motivo do Santa Cruz ter apostado em uma marca própria, foi poder ter um melhor faturamento com seus uniformes. Os número iniciais foram bastante positivos, o clube superou as suas expectativas e teve recorde de venda nas suas duas primeiras semanas, sendo que o primeiro lote esgotou completamente nos dois primeiros dias”, explica Paulo.

“O Santa Cruz também criou uma estratégia de desenvolver três linhas diferentes, para três diferentes faixas de público. A primeira linha é a versão fan, que é uma versão mais popular com um tecido poliester mais básico, dessa forma conseguimos atingir as camadas sociais mais carentes. A segunda linha é a de torcedor, que é intermediária e já traz um ótimo acabamento. A terceira linha é a linha profissional, que é exatamente igual ao que os jogadores usam em campo, e que traz mais detalhes e um tecido com um maior percentual de elastano”, conclui o designer da Cobra Coral.

No entanto, no Brasil apenas um clube de abrangência nacional apostou de certa forma neste tipo de estratégia. Foi o Santos, que assinou um contrato diferenciado com a Kappa, onde o clube cuidaria de toda a distribuição e ficaria assim com um percentual maior do lucro nas vendas.
Apesar das notícias animadoras no início, em outubro deste ano o ex-presidente Modesto Roma desistiu desse modelo e resolveu assinar um contrato com a Umbro, que segundo o presidente traria um pouco menos de dinheiro para o clube, mas que livraria o clube de ter o trabalho de cuidar da distribuição, o que na visão do presidente era algo muito desgastante.

Veja vídeo feito com o parceiro Brand Bola sobre o assunto: 

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E você, o que acha da marca própria de material esportivo? Gostaria que seu clube tentasse emplacar esta estratégia?

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