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Dos uniformes de futebol antigos aos modernos: a evolução

by Juliano Buzato
Dos Uniformes de Futebol Antigos aos Modernos

O futebol mudou dentro e fora do relvado e os equipamentos contam a história. Para quem acompanha o jogo (e até faz apostas desportivas), perceber como a evolução dos uniformes de futebol aconteceu ajuda a ler contextos, tendências e outros que influenciam o espetáculo.

Em Portugal e na União Europeia, regras e padrões técnicos moldam as cores, a numeração, a publicidade e os materiais, e isso impacta clubes, marcas e, claro, a experiência dos adeptos.

Comecemos então esta viagem com a redatora Manuela Almeida Carvalho, entre o passado, o presente e o futuro dos uniformes.

Uma linha do tempo em três atos

Lã e algodão: o início pragmático

No começo do século XX, os kits eram quase roupa do dia-a-dia adaptada ao jogo. Tecidos pesados, cortes largos e pouca ventilação. Os uniformes de antigamente não fugiam à regra.

Via-se a ausência de detalhes técnicos, o importante era fazer a distinção das equipas por cores e padrões simples (como é o caso das faixas, das listas ou das cores sólidas). Museus e registos históricos mostram “a moda da época”, como se pode confirmar na página em português artsandculture.google.com

A viragem sintética (anos 60-80)

A entrada do poliéster e de fibras sintéticas mudou tudo: camisas mais leves, secagem rápida, estampagem flexível e explosão de design. A era das réplicas nasce nos anos 70, com a comercialização em massa de camisolas para adeptos. Isto foi um ponto de rutura para o negócio dos uniformes de times de futebol.

A Admiral tem lugar central nesta revolução, celebrada pelo National Football Museum.

Profissionalização total (anos 90 até hoje)

Com a globalização das ligas e a TV, os kits são regulados ao pormenor: contraste das cores, legibilidade dos números, posições dos patrocínios e etiquetas técnicas. UEFA, IFAB e federações nacionais afinam as normas de visibilidade e segurança, e o design entra na era da engenharia de detalhe.

As regras que moldam o visual (Portugal + Europa)

O essencial da IFAB (Lei 4)

A Lei 4 define o equipamento obrigatório (camisola, calções, meias, caneleiras, calçado), critérios de segurança e orientações para as cores. A legibilidade e a distinção de equipas dos árbitros são inegociáveis, e perder uma caneleira ou bota exige uma troca na primeira paragem.

UEFA: cores, números e nomes

Em competições europeias, o caderno de normas especifica o contraste, tamanho e posicionamento da numeração, bem como a forma de apresentar o nome do jogador. Os números devem ser legíveis a longa distância e contrastar com o fundo. Os padrões e múltiplas cores têm limites para manter a distinção clara das equipas.

Dos Uniformes de Futebol Antigos aos Modernos

Em Portugal: Liga Portugal e FPF

Nos regulamentos das competições nacionais, e na FPF, o clube visitado troca para equipamento alternativo quando há risco de confusão; guarda-redes usam cores sempre distintas de todos os intervenientes. É também por aqui que se veem regras para o capitão, a publicidade e a apresentação antecipada dos equipamentos às entidades organizadoras.

Materiais e tecnologia: do calor ao alto rendimento

O que muda no tecido para uniforme de futebol

Poliéster e malhas técnicas dão mais elasticidade, dispersam melhor a transpiração e permite cortes mais anatómicos. Reduzem o peso em jogos molhados, aumenta a mobilidade e ajuda a climatizar o corpo.

O tecido para uniforme de futebol em particular, e no geral “a ciência dos materiais mostra o avanço das fibras sintéticas e do elastano ao longo do século XX”, segundo a Smithsonian Magazine.

Sustentabilidade e a agenda europeia

A UE “pressiona a indústria têxtil rumo a produtos mais duráveis e recicláveis até 2030”, com uma estratégia para reduzir resíduos, promover circularidade e rotular melhor. Esta já chegou ao futebol: muitas linhas atuais usam poliéster reciclado e processos com menos impacto, uma tendência que deve acelerar nos clubes europeus, incluindo portugueses.

Cor, psicologia e… calma: o que os estudos dizem

Há literatura que associa a cor vermelha a pequenas vantagens competitivas em contextos de combate e em séries históricas do futebol inglês; outras análises recentes não encontram efeito robusto em várias ligas europeias. Moral da história para quem faz apostas desportivas: a cor e a aura do equipamento são, no máximo, sinais fracos; qualidade, tática e contexto mandam muito mais.

Curiosidade: Parece que “o vermelho nas camisolas inglesas está associado ao sucesso da equipa?”, é o que diz o Journal of Sports Sciences.

No uniforme jogador de futebol, a  ergonomia importa

Ajuste, camadas e acessórios

O uniforme jogador de futebol moderno balança bem a compressão e a liberdade – camisolas menos abaloadas, calções com elasticidade, meias com suporte e palmilhas à medida. Camadas base (permitidas se da mesma cor do principal) controlam a temperatura e reduzem o atrito. Tudo de acordo com regras de segurança e sem elementos perigosos.

Legibilidade e televisão

A numeração e os nomes não são uma questão de estética gratuita. Também a UEFA e as ligas exigem elementos, críticos na era HD/4K, tais como “alturas mínimas, contraste e posição exata”, como se pode confirmar diretamente nos seguintes documentos da UEFA. Basicamente, um uniforme jogador de futebol é igualmente um suporte de informação.

Identidade, negócio e cultura

A venda de réplicas dos uniformes de times de futebol, iniciada em força nos anos 70, transformou camisolas em ícones culturais e fontes de receita. Edições especiais, coleções retro e colaborações de design de uniformes de times de futebol fazem parte do lifestyle, basta ver a atenção mediática a exposições e reedições históricas.

Para Portugal e para a UE: porque isto interessa agora

Conformidade sem dor de cabeça

Para equipas profissionais e de formação, estar alinhado com a IFAB/UEFA/FPF evita sanções e confusões em jogo. Ter versões alternativas aprovadas e comunicar cores com antecedência à organização é básico, sobretudo em competições com várias transmissões.

Tendências futuras

A evolução dos uniformes de futebol parece dirigir-se em três direções: materiais mais ecológicos, a personalização (sem perder legibilidade) e a integração de sensores para treinos e monitorização, dentro do que os reguladores vierem a permitir. Porém, a UE deve continuar a empurrar por transparência e circularidade no têxtil.

Curiosidades úteis

  • Equipamentos alternativos não servem só ao marketing, evitam multas e perdas de pontos por incumprimento.
  • Exposições e acervos ajudam a estudar os uniformes de antigamente, que podem ser visitados no National Football Museum, inspirando uma narração e ideias modernas.

Conclusão

Dos pesados trajes de lã às malhas de engenharia, a história destas peças de vestuário desportivo espelha mudanças técnicas, culturais e regulatórias. Em Portugal e na UE, há um quadro que investe na visibilidade, segurança e fair play, enquanto a sustentabilidade redefine o que vestem atletas e adeptos.

Confira nosso Guia de Jogos de Hoje na TV e Streamings

Para clubes, marcas e fãs, os uniformes de times de futebol são mais do que roupa: são identidade e, por vezes, uma vantagem competitiva subtil. Se te interessa o lado tático, estético ou de negócio, tem atenção a como a indústria e a regulação moldam o próximo capítulo.

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