Romário Cunha não era o nome que esperávamos ver brilhar no Europeu Sub-17. Começou o torneio no banco, como segundo guarda-redes de Portugal. Mas uma lesão inesperada mudou tudo — e o que parecia ser um simples plano B, acabou por se tornar num dos grandes protagonistas da caminhada portuguesa. Hoje, toda a gente fala do miúdo do Braga que defendeu como um veterano. Mas para nós, que seguimos de perto os sinais, o que ele está a fazer não é acaso — é trabalho, sangue-frio e um talento que já não cabe nas balizas da formação.
Quem é Romário Cunha?
Romário Cunha tem 17 anos, é natural de Vila Nova de Gaia e joga na formação do Sporting CP, onde chegou ainda muito novo. Cresceu entre postes, sempre com um foco incomum para a idade. No Euro Sub-17, saltou do anonimato para o radar de todos — até de plataformas como a Candy Spinz, que seguem jovens talentos com atenção. Não foi por acaso. O que ele mostra agora já era visível para quem acompanha os sub-15 e sub-16 de Portugal.
Romário tem algo que salta à vista desde cedo: um porte físico impressionante para a idade, reflexos rápidos como um gato e uma calma rara sob pressão. Mas o que realmente o distingue é a cabeça — sempre concentrado, sempre a ler o jogo. Não treme nos momentos grandes. E quando a bola voa na área, parece saber um segundo antes para onde ela vai.
O Jogo que Mudou Tudo
Tudo começou nos quartos de final contra a França. Com o titular lesionado, Romário Cunha entrou em campo sem medo. Fez duas defesas incríveis nos 90 minutos e, nos penáltis, foi decisivo. Defendeu duas cobranças com uma frieza que não se ensina. Desde aí, cada jogo foi mais uma prova de que Portugal tinha descoberto o seu novo muro.
Nos meias-finais contra a Sérvia, voltou a brilhar — desta vez com reflexos de puro instinto e uma saída doida nos últimos minutos que salvou o empate. E na final, apesar da pressão, manteve-se firme do primeiro ao último minuto.
Momentos-chave:
- Defesa dupla contra a França nos penáltis
- Estirada monumental aos 88’ contra a Sérvia
- Comunicação constante com a linha defensiva na final
Os elogios não demoraram. O selecionador disse que “tem nervos de aço”. Um colega comentou: “É como se já tivesse 30 anos.” E a imprensa internacional chamou-lhe “o novo guardião de Portugal”.
A Construção de um Guarda-Redes Moderno
Romário Cunha não é só mais um miúdo que defende bem. Ele já mostra duas facetas essenciais para um guarda-redes moderno: sabe parar remates difíceis e sabe jogar com os pés. Entre os postes, é rápido, explosivo, com excelente leitura do remate. Mas o que impressiona é a calma com que sai a jogar. Não chuta por chutar — procura sempre o passe certo, curto ou longo, como se fosse mais um central na saída de bola.
Além da técnica, o que salta à vista é o comando. Mesmo sendo mais novo que muitos colegas, fala o jogo todo. Corrige posições, antecipa jogadas, orienta a defesa. Para um sub-17, isto é raro. E quando as coisas apertam, não se esconde — assume o papel de líder. É o tipo de perfil que encaixa perfeitamente no que os clubes de topo procuram hoje num guarda-redes.
A Fábrica de Guarda-Redes de Portugal
Portugal tem vindo a construir, em silêncio, uma linha sólida de guarda-redes. Rui Patrício segurou a baliza durante mais de uma década. Diogo Costa veio logo atrás, com um estilo mais completo e moderno. Agora, o foco está na base — e os centros de formação apostam cada vez mais na preparação específica para guarda-redes, com treinadores dedicados desde os sub-13.
Romário Cunha pode muito bem ser o próximo da lista, mas não é uma cópia dos anteriores. Traz algo próprio, mais agressivo no jogo com os pés e mais vocal dentro de campo.
O que o torna diferente:
- Mentalidade de líder desde os 16
- Excelente jogo com os pés, até sob pressão
- Capacidade de decisão em momentos críticos
Se continuar a evoluir neste ritmo, não é exagero dizer que Romário pode marcar uma nova era na baliza portuguesa.
Porque a Confiança o Distingue dos Outros
O que impressiona em Romário Cunha não é só o que ele faz — é como ele o faz. Quando o jogo aquece, ele esfria. Penáltis, bolas cruzadas nos descontos, pressão das meias-finais… nada parece abalar o miúdo. Onde outros hesitam, ele decide. Onde outros tremem, ele cresce. Essa calma em momentos de alta tensão é rara, ainda mais num guarda-redes com menos de 18 anos.
Normalmente, os jovens guarda-redes demoram a ganhar essa segurança. Há erros, hesitações, saídas em falso. Com Romário, a história é outra. Ex-jogadores falam em “maturidade de sénior”. Um olheiro internacional foi direto ao ponto: “Não é só talento, é cabeça. Já pensa como um profissional.” E para nós, que vemos tantos promissores vacilarem no salto, isso diz tudo sobre o que ele pode vir a ser.

Conclusão
Romário Cunha chegou ao Europeu Sub-17 como suplente e saiu como uma das figuras do torneio. Mostrou reflexos de elite, maturidade fora do comum e um estilo de jogo que encaixa no perfil do guarda-redes moderno. Com formação sólida no Sporting CP, postura de líder e um sangue-frio raro para a idade, tudo indica que estamos perante o próximo nome forte da baliza portuguesa. E se o presente já surpreende, o futuro promete ainda mais.