Doze clubes da Série A do Campeonato Brasileiro 2025 divulgaram nesta semana uma “Declaração Conjunta dos Clubes de Futebol do Brasil” em que se posicionam contra o Projeto de Lei 2.985/2023, que pretende restringir a publicidade de casas de apostas esportivas no país. O texto, publicado nos canais oficiais das equipes, alerta que a aprovação do projeto pode representar um duro golpe no financiamento do futebol nacional, com risco de “colapso financeiro de todo o ecossistema do esporte”.
Assinam o manifesto os clubes: Atlético-MG, Botafogo, Ceará, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Juventude, Mirassol, Palmeiras, RB Bragantino e São Paulo. Em comum, todos possuem patrocínios ativos, sendo a maioria com contratos de patrocínio máster, com empresas do setor de apostas esportivas, que também oferecem outros tipos de entretenimento como cassinos e bônus, como o codigo promocional brazino777.
O projeto, de autoria do senador Styvenson Valentim (PODEMOS-RN) e com relatoria de Carlos Portinho (PL-RJ), propõe a proibição de propagandas diretas dessas empresas — como presença em uniformes —, além de impor restrições adicionais como uso de atletas em campanhas, horários para veiculação e inclusão de alertas sobre os riscos das apostas.
No documento, os clubes apontam que o PL representa uma “proibição fantasiada de limitação” e que as mudanças colocariam em risco a sustentabilidade do esporte, que atualmente depende fortemente desse tipo de receita.
“Conforme declarado por um número expressivo de clubes de futebol do Brasil (…), tal limitação, caso não ajustada, terá como consequência o colapso financeiro de todo o ecossistema do esporte e, em especial, do futebol brasileiro”, afirma o texto.
Apesar do manifesto, na quarta-feira (28), o Senado aprovou restrições à propaganda de bets. Entre essas restrições está a proibição de anúncios ou ações de publicidade com atletas, artistas, comunicadores, influenciadores ou autoridades. A aprovação do texto uniu senadores do governo e da oposição, que demonstraram preocupação com o efeito dessas apostas, especialmente sobre camadas vulneráveis da população. O PL 2.985/2023 segue agora para a Câmara dos Deputados.
Atualmente, 100% dos clubes da Série A contam com algum tipo de patrocínio de empresas do setor de apostas, sendo que 18 dos 20 times possuem contratos na posição máster.