Mulheres no futebol: em busca da visibilidade » Mantos do Futebol
Mantos do Futebol » História » Mulheres no futebol: em busca da visibilidade

Mulheres no futebol: em busca da visibilidade

by Juliano Buzato
Mulheres no futebol: em busca da visibilidade
Compartilhe este link em suas redes sociais:

Entre conquistas, derrotas e trabalho árduo, todo atleta precisa lidar com vantagens e desvantagens em seu esporte escolhido. Algumas são felizes ou infelizes predisposições genéticas, ao passo que outras são habilidades adquiridas ou insistentes pontos fracos. Até aí, é compreensível. Mas e quando a vantagem ou desvantagem vem de construções sociais?

Mesmo com os esportes passando por transformações nas últimas décadas, o esporte-rei ainda enfrenta dificuldades quando o assunto é igualdade de gênero. Embora de acordo com um infográfico apresentado pelo blog da ExpressVPN o futebol seja a modalidade esportiva mais popular do Brasil e a mais assistida online pelos brasileiros, a mesma popularidade não se dá com a categoria feminina.

Perspectiva e história

O futebol feminino, assim como o esporte em geral para mulheres, precisou romper muitas barreiras, uma vez que as modalidades esportivas nos moldes ocidentais foram criadas por homens e para homens.

Mesmo com o futebol feminino existindo no Rio de Janeiro, ele foi proibido por lei, em 1941, com as palavras: “prática de desportos incompatíveis com as condições da natureza [feminina],” (Decreto-lei nº.3.1993, artigo 54). Apenas em 1979 este decreto seria revogado, possibilitando a participação feminina no futebol.

A situação, porém, já começava com grande desvantagem para as meninas. A fim de entendermos a dimensão disso, basta pensar que, quando a primeira Copa do Mundo feminina foi realizada (1991), a Seleção masculina já era tetracampeã. Hoje, mais de 30 anos depois, das 16 principais equipes femininas de futebol, somente 9 possuem vínculos profissionais com suas atletas. Entre as consequências vemos: dificuldade de garantias trabalhistas e de melhores contratos e salários.

A dificuldade não acontece apenas entre as jogadoras: árbitras, jornalistas esportivas e torcedoras, todas possuem alguma história que confirma os desafios da categoria.

Fazendo a diferença

Mulheres no futebol: em busca da visibilidade

Para mudar a situação, a ação precisa vir de dentro e de fora, e felizmente já temos alguns bons exemplos. Na última Copa do Mundo masculina, ocorrida no Catar, num esforço de inclusão, a FIFA escalou três mulheres pela 1ª vez para apitar os jogos. Além disso, foram escaladas três bandeirinhas, entre elas uma brasileira. Um passo dado por um órgão oficial é de extrema importância para viabilizar mais ações.

Outro feito inédito veio da Federação Americana de Futebol, que anunciou a igualdade de pagamento entre os atletas das Seleções feminina e masculina. A magnitude dessa decisão é gigante, pois a Seleção masculina numa competição rende valores 15 vezes maiores do que os recebidos pelo time feminino que, ironicamente, já venceu mais do que o masculino.

Do lado de fora, marcas famosas também seguem os bons exemplos. A Visa foi a primeira marca patrocinadora da Copa do Mundo masculina a apoiar a Copa do Mundo feminina, que acontece em 2023. Já a Mastercard foi a primeira patrocinadora oficial da Copa América feminina, ocorrida em 2022.

► Compre camisas de futebol na FutFanatics

No mundo globalizado, tudo começa primeiro com propaganda e informação. Por isso, o investimento e o interesse de marcas são relevantes para o esporte feminino. Com essas campanhas, há a possibilidade de criar uma cobertura estável e sólida para a categoria, além de patrocínios aos times, atletas e competições, que fomentam um esporte de alto nível. Que este seja apenas o início da passagem do discurso de inclusão da teoria para a prática.

Compartilhe este link em suas redes sociais:

Você também pode gostar

Este site usa cookies para garantir que você tenha uma melhor experiência. Aceito Leia Mais!