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Como Zico, Neto e Marcelinho Carioca se tornaram exímios cobradores de falta?

Trio abusava das repetições em treinos para melhorar a técnica de chute

by Juliano Buzato
Como Zico, Neto e Marcelinho Carioca se tornaram exímios cobradores de falta
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Nesta semana, o técnico Tite, da seleção brasileira, comentou o fato de que o time nacional não tem feito gols de falta. O último foi há dois anos e meio. O treinador, que pode ler sobre o que é técnica nos esportes, sabe que algumas questões impactam nesse tabu, inclusive a técnica melhorada dos goleiros rivais.

“Tem uma série de aspectos, inclusive o treinamento especifico. Afora isso, vou dizer por alto: quando se coloca um jogador atrás da barreira, o que faz o goleiro? Já tem a tranquilidade, foco e concentração de que não vai ter surpresa. Quando a barreira sobe, ela tem uma elevação e aquela bola que o Zico fazia não tem mais barreira parada, ela salta”, disse o treinador em coletiva.

Ele prosseguiu. “Com o cara (da barreira) saltando, ela vai ter menos peso e velocidade, aí o goleiro tem mais chance de chegar nela. O Fábio, goleiro do Cruzeiro, falava o seguinte (para os companheiros de time): salta e deixa essa situação que no meu canto eu não tomo o gol. O Alecsandro comentou isso comigo. Para você ver como os goleiros têm essa capacidade”, afirmou.

Muita gente se pergunta o que é a técnica nos esportes e como ela pode ser aperfeiçoada. No caso das cobranças de falta, algo que a seleção brasileira não tem usado a favor, muitos jogadores que fizeram sucesso podem dizer sem modéstia que foram exímios cobradores de falta. E também justificam porque a técnica nos esportes é tão importante.

Citado por Tite na coletiva de imprensa, Zico foi um dos melhores cobradores de falta do mundo. Influenciou milhares de jogadores, com sua batida quase perfeita, sempre buscando o ângulo. Para alcançar esse nível de perfeição, o ídolo do Flamengo já revelou que treinava de 70 a 100 faltas, duas vezes na semana.

“Nasci com um dom, mas treinei muito, depois que cheguei na categoria profissional. Sou muito grato a um ex-goleiro do Flamengo, que jogou no Bahia, o Renato. Quando eu subi, ele viu que eu tinha dom para bater falta. Ele me chamou para treinar com ele. Quando acabava o treino, treinava com ele. Assim comecei e ele foi muito importante. Foi quem me deu a maior força. Quando me tornei titular, comecei a treinar, pelo menos, 70 a 100 faltas duas vezes por semana. Fui me aprimorando e quando chegava a hora do jogo era como se eu estivesse em treinamento. Hoje, falta muito isso. É tanto preparador, tanto auxiliar…o cara diz que quando acaba o treino é melhor não se cansar. Hoje falta treinamento para que os gols de falta aconteçam”, disse Zico em entrevista ao Galáticos Online.

Totalmente influenciado por Zico, Marcelinho Carioca foi revelado no Flamengo tendo o camisa 10 da Gávea como ídolo. Por isso, desde cedo começou a treinar faltas, para tentar chegar perto da referência. Um dos principais jogadores da história do Corinthians, Marcelinho também foi um ótimo cobrador de faltas. E a rotina de treinos para aprimorar sua técnica na batida também era bem exaustiva.

Segundo ele, chegava a chutar cerca de 80 cobranças por sessão de treinos. “Eu olhei Nelinho, olhei o Eder, peguei o Zico, Roberto Dinamite, Dicá, Zenon. Falei, gente, vou fazer algo diferente. Olhei o pé pequeno e comecei a brincar com a bola. Comecei a colocar o bico ao contrário, aí começou a fazer uma curva diferente. Aí falei que fazer gol de próximo da área, você pode meter uma alavanca, uma chapa”, disse em entrevista recente ao Bem Amigos, da TV Globo.

Outro que se notabilizou por suas cobranças de falta foi Neto, também ex-jogador do Corinthians e que atualmente é apresentador esportivo. Campeão brasileiro pelo Timão em 1990, ele também fazia sessões de treino para aprimorar sua técnica nas cobranças.

“Eu batia umas 70 faltas por dia. Ao todo, dava 280 faltas por semana. Cobrança de pênaltis e escanteios eu treinava dos dois lados. Treinava muito. Mas se eu tivesse treinamentos específicos de um segundo atacante, que eu sempre fui, talvez não teria oscilado tanto durante minha carreira”, afirmou ele em entrevista recente ao Globo Esporte.

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Com bons exemplos, os jogadores da seleção brasileira têm alguns exemplos para voltar a fazer um gol de falta em alguma partida da equipe. Mas o resultado depende do treino e de uma técnica aprimorada. Sem isso, o jejum vai seguir firme.

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