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Entenda por que Matic recusou jogar com a papoula na camisa

by Juliano Buzato
Nemanja Matic Papoula abre
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Neste final de semana, o Manchester United entrou em campo contra o Bournemouth portando nas camisas de seus jogadores uma papoula, a tradicional flor vermelha que é aplicada nas camisas de clubes ingleses no mês de novembro (entenda aqui o motivo).


No entanto, chamou a atenção do mundo todo, o fato do sérvio Nemanja Matic ter “arrancado” de sua camisa a homenagem que é feita devido ao “Dia do Armistício”, que é celebrado em 11 de novembro e celebra o fim da Primeira Guerra Mundial.

Nemanja Matic Papoula

Após ser muito criticado pelos torcedores nas redes sociais, nesta segunda-feira, o jogador utilizou o seu Instagram para explicar o motivo dele não ter utilizado a papoula na camisa.

 

Visualizar esta foto no Instagram.

 

I recognise fully why people wear poppies, I totally respect everyone’s right to do so and I have total sympathy for anyone who has lost loved ones due to conflict. However, for me it is only a reminder of an attack that I felt personally as a young, frightened 12-year old boy living in Vrelo, as my country was devastated by the bombing of Serbia in 1999. Whilst I have done so previously, on reflection I now don’t feel it is right for me to wear the poppy on my shirt. I do not want to undermine the poppy as a symbol of pride within Britain or offend anyone, however, we are all a product of our own upbringing and this is a personal choice for the reasons outlined. I hope everyone understands my reasons now that I have explained them and I can concentrate on helping the team in the games that lie ahead.

Uma publicação compartilhada por Nemanja Matic (@nemanjamatic) em

“Reconheço totalmente por que as pessoas usam papoulas, eu respeito totalmente o direito de todos e tenho total simpatia por quem perdeu seus entes queridos devido ao conflito.

No entanto, para mim, é apenas uma lembrança de um ataque que eu senti pessoalmente como um menino de 12 anos, jovem e assustado, que vivia em Vrelo, quando meu país foi devastado pelo bombardeio da Sérvia em 1999. Assim como eu já fiz anteriormente, não sinto que seja certo usar a papoula na minha camisa.

Eu não quero desmerecer a papoula como um símbolo de orgulho dentro da Grã-Bretanha ou ofender ninguém, no entanto, todos nós somos um produto de nossa própria educação e esta é uma escolha pessoal pelas razões descritas.

Espero que todos entendam as minhas razões agora que as expliquei e que eu possa me concentrar em ajudar a minha equipe nos jogos que estão por vir.”

Resumidamente, o atleta sérvio é contra a homenagem pois ela simboliza os “heróis” ingleses que deram suas vidas em guerras contra outros países, no entanto, o Reino Unido era um dos países que lideravam a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e que interveio no conflito na Iugoslávia, bombardeando o país em 1999.

É este ataque a qual o volante do Manchester United se refere em sua declaração, ou seja, ele considera o Reino Unido um dos culpados pelas terríveis memórias que ele carrega deste momento.

Irlandês James McClean também é contra a homenagem

Atualmente no Stoke City, o irlandês James McClean, mas que é nascido em Derry, na Irlanda do Norte, é outro atleta a não apoiar o uso da papoula na camisa nesta época do ano.

James McClean Não usa a Papoula na camisa

Em temporadas passadas, quando atuava pelo West Bromwich Albion, o atleta também causou polêmica ao não aceitar atuar com a flor no peito.

“Estamos chegando no período de homenagens, e não vou usar a papoula em minha camisa. As pessoas dizem que sou desrespeitoso, mas não perguntam o motivo de eu não usá-la. Se a papoula fosse usada somente pelas vítimas da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, eu a usaria sem nenhum problema. Eu a usaria em todos os dias do ano se este fosse o caso, mas não é, ela representa todos os conflitos que o Reino Unido esteve envolvido. Por conta da história de Derry, cidade que sou nascido, eu não posso usar algo que represente isto”, afirmou James McClean em entrevista ao site oficial do West Bromwich.

Derry, cidade da Irlanda do Norte, onde James McClean é nascido, foi o palco do “Domingo Sangrento”, confronto entre manifestante católicos, protestantes e o exército inglês em 30 de janeiro de 1972.

Quatorze ativistas foram mortos e outros 26 ficaram feridos, todos eles estavam desarmados quando foram atacados pelo exército inglês e a maioria foi alvejada pelas costas.

Em memória a este trágico dia, o U2 criou a canção “Sunday Bloody Sunday!” que é um dos maiores sucessos da banda irlandesa.

McClean Hino God Save The Queen

A mágoa de McClean com a Grã Bretanha é tão grande, que em 2015, o West Bromwich Albion disputou um amistoso nos EUA e durante o hino do Reino Unido, o famoso “God Save The Queen”, o jogador abaixou a cabeça e não se virou para a bandeira.

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O que achou do fato de Nemanja Matic e James McClean não utilizarem a papoula em suas camisas durante as homenagens ao Dia do Armistício?

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